Female Sexual Organs

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capa A natureza feminina apresenta uma infinidade de traços muito peculiares que exigem uma compreensão mais profunda. É necessário entendermos como os caracteres anatômicos, fisiológicos e psíquicos da mulher interagem entre si, e como essa totalidade complexa se reflete na problemática ginecológica. Não são apenas "partes" ou fragmentos isolados do corpo da mulher que exigem a atenção do profissional, mas sim o todo do feminino, a sua totalidade somatopsíquica. Desse modo, a prática da Ginecologia deve abranger não só a Medicina e a Biologia, como também a Psicologia e a intrincada relação mente-corpo. Além disto, ela está muito mais próxima da reflexão filosófica e metafísica do que talvez possa parecer.

Partindo dessa visão globalizante sobre o exercício da especialidade, e trabalhando com desenvoltura dentro dos novos conceitos de ciência e multidisciplinaridade, o Dr. Nelson Soucasaux nos apresenta uma nova etapa de seus esforços no redimensionamento das perspectivas ginecológicas. Depois de Novas Perspectivas em Ginecologia, temos agora, em rica edição, com belas e didáticas ilustrações do próprio autor, o livro Os Órgãos Sexuais Femininos: Forma, Função, Símbolo e Arquétipo.

Por serem os genitais femininos e os seios o "objeto imediato" da prática ginecológica, é principalmente no estudo destes órgãos que o autor se concentra ao longo deste novo trabalho - não deixando, porém, de enfatizar a enorme importância dos demais caracteres sexuais da mulher e de tudo que nela é caracteristicamente feminino. Deve ser ressaltada aqui a busca de uma abordagem integrada da totalidade somatopsíquica da mulher com os detalhes específicos dos órgãos e sistemas típicos do sexo feminino. Este novo enfoque se baseia tanto no estudo morfológico, funcional, simbólico e arquetípico dos órgãos sexuais da mulher, quanto no das formas através das quais ela vivencia estes órgãos e eles, por sua vez, refletem estas vivências.

O leitor de Os Órgãos Sexuais Femininos: Forma, Função, Símbolo e Arquétipo poderá, sem dúvida, desfrutar de um estudo sério e profundo, onde não falta beleza nem poesia. Junto às extensas descrições anatômicas, histológicas e fisiológicas, fundamentais para a compreensão da matéria, encontram-se também imagens arquetípicas, construções simbólicas e mitológicas. Na harmonia entre elas, por entre similaridades, paralelismos, antíteses e paradoxos, vemos surgir, complexo, o equilíbrio - essência e metáfora mesma da vida. ( Imago Editora, 1993 )

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SUMÁRIO

Prefácio
As Estranhas e Misteriosas Gônadas Femininas
A Pelve Feminina: Um Estudo Morfológico, Funcional, Simbólico e Arquetípico
Os Seios: Um Estudo Morfológico,  Funcional, Simbólico e Arquetípico
Considerações Gerais
Referências Bibliográficas

Nelson 1993


OS OVÁRIOS: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES FUNCIONAIS E ARQUETÍPICAS

( Trecho de "Os Órgãos Sexuais Femininos" )

Nelson Soucasaux

Nelson Drawing 2002

Os ovários são os centros endócrinos e germinativos da mulher. Tanto o trofismo quanto a função de todos os órgãos e tecidos que, no corpo da mulher, a caracterizam como tal, dependem dos ovários. A ciclicidade da função ovariana é que determina o típico caráter cíclico da natureza e da fisiologia feminina. Todas as ações cíclicas estrogênicas e/ou estrogênico-progesterônicas geram inúmeras transformações também cíclicas nos órgãos sexuais da mulher ( genitália e mamas ), em sua fisiologia e em outros setores do seu corpo.

O funcionamento das gônadas femininas está sob o controle do sistema hipotálamo-hipofisário ( com o qual elas interagem em regime de "feedback" ) e também de fatores intra-ovarianos específicos. Estes últimos, entre outras ações, modulam a responsividade dos ovários às gonadotrofinas hipofisárias, que são o FSH ( hormônio folículo estimulante ) e o LH ( hormônio luteinizante ). Resumidamente, podemos dizer que a fisiologia das gônadas femininas depende das ações das gonadotrofinas hipofisárias, dos próprios hormônios sexuais por elas produzidos e de fatores reguladores intra-ovarianos ainda mal conhecidos.

A trajetória biológica de tudo o que no corpo da mulher é caracteristicamente feminino é determinada pela trajetória biológica dos ovários ao longo da vida, uma vez que eles são a fonte básica dos estrogênios - os principais hormônios da feminilidade ao nível somático. Assim, é inegável que, durante a maior parte da vida da mulher, as suas gônadas são muito mais importantes como produtoras de estrogênios ( e também de progesterona ) do que de óvulos. Anteriormente já sugeri que, em um nível metafísico, os ovários podem ser considerados como a manifestação ao nível gonádico do princípio feminino, e os estrogênios por eles produzidos como a principal manifestação ao nível endócrino deste mesmo princípio. A outra manifestação endócrina do princípio feminino é a progesterona.

A maior parte do volume dos ovários se deve à camada cortical, que é a camada funcional propriamente dita. É nela que, em meio a um estroma conjuntivo também dotado de certa capacidade endócrina, se encontram os folículos ovarianos, que são as unidades funcionais básicas das gônadas femininas. Nestes folículos as funções endócrina e germinativa ovarianas estão vinculadas histológica e funcionalmente, pois são as células granulosas e tecais que envolvem os ovócitos as principais responsáveis pela síntese estrogênica. Como na esteroidogênese os hormônios femininos ( estrogênios ) são produzidos tendo os hormônios masculinos ( androgênios ) como precursores, estabelece-se uma divisão funcional entre os elementos celulares que constituem a granulosa e a teca. As células tecais, estimuladas pelo LH, produzem os androgênios, que são então transferidos para as células granulosas. Estas, sob o estímulo do FSH, transformam os androgênios em estrogênios.

Quando o amadurecimento de um folículo prossegue normalmente ( o que apenas se dá com uma minoria deles ), a multiplicação sobretudo das células da granulosa faz com que a sua produção estrogênica se torne cada vez maior. Após a ovulação, também em decorrência do pico ovulatório de LH, as células granulosas e tecais passam por acentuadas modificações morfológicas e funcionais, dando origem ao corpo lúteo. As primeiras transformam-se nas células grânulo-luteínicas, e as segundas nas teco-luteínicas. No corpo lúteo, as células grânulo-luteínicas produzem principalmente progesterona e um pouco de estrogênios, enquanto as teco-luteínicas produzem sobretudo estrogênios.

Pouquíssimos são os folículos que atingem o pleno desenvolvimento, conseguindo produzir altos níveis de estrogênios, ovular e luteinizar-se. A imensa maioria deles está condenada à regressão e ao desaparecimento através do processo da atresia ou morte folicular antes mesmo de completarem os primeiros estágios do seu crescimento *. As principais causas da atresia ou morte folicular são: 1) a insuficiente conversão de androgênios em estrogênios pelas células granulosas, levando a um acúmulo androgênico em torno do folículo; 2) a diminuição da sensibilidade das células granulosas ao FSH.

Como a formação de novos folículos é impossível ao longo da vida da mulher, o fenômeno da atresia folicular vai gradualmente levando ao esgotamento das gônadas femininas - esgotamento este que se completa em torno dos 50 anos, culminando com a menopausa. Assim, os órgãos que são os centros endócrinos e germinativos da mulher estão paradoxalmente condenados ao esgotamento e envelhecimento precoce. Em decorrência da privação estrogênica pós-menopáusica, todos os órgãos e tecidos estrogênio-dependentes do corpo da mulher entram em atrofia.

Sob o ponto de vista arquetípico, podemos dizer que os ovários, através dos seus hormônios, espelham tanto os dois lados da natureza feminina ( o afrodisíaco e o maternal ), quanto o componente masculino desta natureza. Os estrogênios podem ser vistos como a principal manifestação endócrina do lado afrodisíaco da mulher, uma vez que são eles os responsáveis pela maturação sexual da mesma e pelo trofismo e boa forma de tudo o que no seu corpo é tipicamente feminino. A progesterona, à parte a sua fundamental importância na fisiologia ginecológica e no equilíbrio endócrino feminino, de certa forma pode ser vista como mais relacionada ao lado maternal da mulher. Já os androgênios ( que, como vimos, paradoxalmente são os precursores bioquímicos dos estrogênios ) podem ser relacionados ao obscuro componente masculino da mulher.

*Atresia folicular - processo fisiológico através do qual a maioria dos folículos ovarianos entram em regressão, morrem e desaparecem ao longo dos vários estágios do seu crescimento.

MenstruaçãoASPECTOS PSICOSSOMÁTICOS E SIMBÓLICOS DA MENSTRUAÇÃO

(Trecho de "Os Órgãos Sexuais Femininos")

Nelson Soucasaux

 

Passemos agora a uma análise sucinta de alguns dos inúmeros aspectos psicossomáticos, arquetípicos e simbólicos da menstruação. Uma vez que este órgão exclusivo da mulher que é o útero é também o único do corpo humano cuja fisiologia apresenta a característica de sangrar periodicamente, a menstruação sempre se constituiu em um fenômeno da maior importância para a natureza feminina. A mulher vivencia o sangramento menstrual tanto nos seus aspectos objetivos (fisiológicos e médicos), quanto nos subjetivos (simbólicos e arquetípicos). Para ela, a ocorrência de menstruações com características normais dentro dos períodos esperados serve como um sinal, ainda que relativo e de valor aproximado, da sua normalidade fisiológica no que se refere à condição feminina; é, no mínimo, uma indicação de que a ciclicidade que caracteriza a sua fisiologia sexual está mantida. Ao mesmo tempo, para as mulheres em vida sexual ativa, o aparecimento da menstruação significa ausência de gravidez – pelo menos na maior parte das vezes, pois como se sabe há exceções.

A forma como a mulher vivencia o sangramento menstrual é um dos muitos parâmetros através dos quais o seu padrão de relacionamento com a condição feminina pode ser avaliado. Considerando-se o simbolismo arquetípico do sangue, torna-se fácil concluirmos que, para ela, a experiência constante deste sangramento uterino cíclico que é a menstruação aumenta mais ainda a sua capacidade de vivenciar profundamente os processos orgânicos e viscerais típicos da natureza feminina – especialmente aqueles relacionados aos seus órgãos sexuais e à intimidade da sua pelve.

Dada a enorme importância emocional e arquetípica dos genitais, sangramentos deles provenientes, mesmo fisiológicos como é o caso da menstruação, acabam adquirindo um simbolismo todo especial. Diversas fantasias ligando sangue e sexualidade podem surgir. Desta forma, através do simbolismo da menstruação, a mulher pode expressar somaticamente muitos dos seus problemas psicossexuais e emocionais. Pelas vias psicossomáticas, inúmeros conflitos relativos à natureza da mulher podem se somatizar, direta ou indiretamente, através de alterações menstruais as mais diversas. Pelo outro lado, pelas vias somatopsíquicas, distúrbios da menstruação podem gerar conflitos psicológicos em relação a este aspecto da natureza feminina.

Com uma certa frequência, as atitudes femininas relativas a este sangramento uterino cíclico são um tanto ambíguas. Por razões conhecidas de todos, a vinda das menstruações nos períodos esperados é considerada de grande importância pela quase totalidade das mulheres. Sempre há uma considerável preocupação envolvendo o sangramento menstrual – não só relativa à regularidade da sua ocorrência, como também às características do fluxo ( volume, duração, aspecto, sintomas e sinais associados, etc. ). Assim, a menstruação é sempre um evento da maior significação para a mulher, sendo também um dos símbolos arquetípicos da feminilidade.

Porém, apesar disto, com uma certa frequência o sangramento menstrual em si é considerado como um tanto "desconfortável" – mesmo quando assintomático e inteiramente normal sob o ponto de vista médico. Como costumo sempre salientar, é comum encontrarmos em muitas mulheres graus variáveis de ressentimento em relação a diversas peculiaridades biológicas da natureza feminina. É evidente que, na medida em que as menstruações se acompanhem daqueles típicos desconfortos pélvicos, que variam de um dolorimento difuso até cólicas de moderadas a intensas, as atitudes negativas em relação a este sangramento uterino cíclico tornam-se mais frequentes. Estas atitudes negativas, por sua vez, estabelecem um ciclo vicioso de intensificação da sintomatologia.

Ao nível somático devemos sempre lembrar que, na ausência de patologia orgânica, a dismenorréia ( cólicas menstruais ) deve-se usualmente à fortes contrações uterinas causadas por uma produção aumentada de prostaglandinas no endométrio pré-menstrual e menstrual, durante a regressão e necrose deste tecido. Uma maior resposta contrátil do miométrio à níveis normais de prostaglandinas durante a menstruação também pode estar presente em muitos casos, igualmente dando origem à dismenorréia. Também ao nível somático, a congestão pélvica pré-menstrual é responsável pelo dolorimento e desconforto pélvico difuso que frequentemente ocorre no período que precede a vinda da menstruação.

O sangramento menstrual é sempre dotado de uma forte carga simbólica. Devido a isto, como costumo sempre salientar, a mulher pode manifestar somaticamente muitos dos seus problemas emocionais através do simbolismo da menstruação.

Nelson Drawing 2001O ENDOMÉTRIO

(Trecho de "Os Órgãos Sexuais Femininos")

Nelson Soucasaux

O endométrio é o tecido que reveste o interior da cavidade do corpo uterino, sendo dotado de uma estrutura histológica altamente complexa e organizada. Ele é constituido por um estroma conjuntivo todo percorrido por um enorme número de glândulas de conformação tubular, e é irrigado por um intrincado sistema vascular. As glândulas são revestidas por um epitélio cilíndrico simples e se abrem na superfície endometrial, que é recoberta pelo mesmo tipo de epitélio. Sob influência da progesterona, o seu estroma também adquire características secretoras. Distinguem-se duas camadas no endométrio, a funcional e a basal.

A camada funcional é a que é inteiramente expelida e reconstruida a cada ciclo menstrual, podendo atingir considerável espessura quando plenamente desenvolvida. Ela é altamente sensível ao efeito proliferativo dos estrogênios e à transformação secretora induzida pela progesterona. Esta é a camada que, em resposta aos estímulos hormonais, apresenta grandes transformações ao longo do ciclo. A sua vascularização, cujo desenvolvimento também se deve aos estrogênios e à progesterona, é constituida por um intrincado sistema de artérias espiraladas, plexos capilares, veias, lagos venosos e anastomoses artério-venosas. De todas as estruturas que compõem este sistema vascular, as mais importantes são as artérias espiraladas.

Quando os níveis sangüíneos dos hormônios ovarianos caem, a camada funcional logo apresenta sinais de regressão e atrofia. Isto resulta na formação de substâncias tóxicas e vasoativas que, por ação local, desencadeiam fenômenos vasculares isquêmicos e hemorrágicos que levam à necrose e ao desprendimento menstrual desta camada do endométrio. O que torna a menstruação possível é a forma através da qual o citado complexo vascular reage às alterações regressivas endometriais decorrentes da brusca queda dos hormônios ovarianos.

A camada basal do endométrio é de pequena espessura e situa-se profundamente, em contato direto com o miométrio. Esta camada não se desprende durante a menstruação, e é a partir dela que uma nova camada funcional se desenvolve quando o fluxo menstrual cessa. A camada basal não sofre modificações significativas durante o ciclo, parecendo ser pouco sensível às ações hormonais. A sua irrigação sangüínea se deve a outro sistema vascular, constituido por pequenas artérias retas. Desta forma, ela não sofre as alterações necróticas, isquêmicas e hemorrágicas do período menstrual, sendo por isso sempre preservada.

O fenômeno da menstruação está na dependência de dois fatores fundamentais, um endócrino e outro vascular. O endócrino, que consiste na brusca queda dos níveis sangüíneos dos hormônios ovarianos, é o fator deflagrador principal. Já as reações vasculares são conseqüência das alterações regressivas endometriais causadas pela deprivação hormonal.




The Female Sexual Organs:
Shape, Function, Symbol and Archetype

Preface

coverThe present book is a continuation of my efforts for expanding the area of Gynecology, intending to add new dimensions to the speciality and to Women's Medicine.

The first stage of this work of approaching Gynecology through a new vision, through new points of view, has culminated with the publication, in 1990, of my former book "Novas Perspectivas em Ginecologia" ("New Perspectives in Gynecology"). In it, besides presenting the conceptual and practical basis for a new Gynecology and stimulating the reflection about several aspects of the practice of the speciality, I have tried to develop an essentially psychosomatic and holistic view of the woman's nature based on the study of the female psychophysical constitution.

In this new book, especially dedicated to the female sexual organs, I try not only to analyse the ways by which these organs reflect some features pertaining to the woman's somatopsychical wholeness, but also to introduce a wider symbolical and archetypal perspective into Gynecology. We must always pay attention to the fact that the female nature exhibits an infinitude of very peculiar features that must be a subject not only for scientific study, but also for deep philosophical and metaphysical reflections. Thus, one of my main concerns here consists on the search for a deeper understanding of what lies behind the several somatopsychical characteristics that are typical of women.

For this purpose, I have chosen an approach based not only on the morphological, functional, symbolical and archetypal study of the female sexual organs, but also on the study of the ways through which women experience these organs and the latter, in turn, reflect these experiences. According to this, several examples of correlations between holistic aspects of the woman's psychophysical constitution and some anatomical, physiological, symbolical and archetypal peculiarities of her sexual organs, will be presented throughout this book. Analysing carefully these correlations at the lights of the new concepts of science, we will see that, at the somatic level, all parts of the female body can be regarded as manifestations of what we could call "organizing processes of the woman's wholeness". In women, the way the genitals, the breasts, the other sexual features, their entire bodies and minds integrate themselves for constituting their typical somatopsychical wholeness, seems to be one more evidence of an "organizing activity" of the female archetype.

In relation to the long anatomical, histological and physiological descriptions that will be done here, since they correspond exactly to the aspects shape and function, they not only constitute an integrant part of the subject of this book, but also are fundamental for the understanding of much of what will be exposed. We cannot forget that Anatomy, Histology and Physiology are basic disciplines in all Medicine. So, trying to look at them through new perspectives and within a new conceptual framework constitutes one more stimulating task.

Nelson Soucasaux
June, 1993

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SUMMARY

Preface
The Strange and Mysterious Female Gonads
The Female Pelvis: A Morphological, Functional, Symbolical and Archetypal Study
The Breasts: A Morphological, Functional, Symbolical and Archetypal Study
General Considerations
Bibliography


THE OVARIES: SOME FUNCTIONAL AND ARCHETYPAL CONSIDERATIONS

( Excerpt from "Os Órgãos Sexuais Femininos" )

Nelson Soucasaux
Nelson Drawing 2002

The ovaries are women's endocrine and reproductive centres. Both the trophicity and the function of all organs and tissues that in women's bodies characterize them as women, depend on the ovaries. The cyclical pattern of the ovarian function determines the typical cyclical feature of the female nature and physiology. All estrogenic and/or estrogenic-progesteronic cyclical actions generate innumerable also cyclical transformations in the woman's sexual organs, in her physiology and in other parts of her body.

The function of the female gonads is under the control of the hypothalamus-hypophyseal system ( which they interact with through intricate feedback mechanisms ) and also of specific intra-ovarian factors. The latter, among other still non-precisely identified actions, modulate the response of the ovaries to the FSH ( follicle stimulating hormone ) and LH ( luteinizing hormone ). Briefly we can say that the physiology of the female gonads depends on the actions of the hypophyseal gonadotropins ( FSH and LH ), of the sexual hormones produced by them and of still unknown intra-ovarian factors.

The biological course of everything that is characteristically female in the woman's body is determined by the biological course of the ovaries throughout life, since they are the basic source of estrogens - the principal hormones of femininity at the somatic level. In this way, it is undeniable that, during most of women's lives, their gonads are much more important as producers of estrogens ( and also of progesterone ) than of oocytes ( the female reproductive cells ). I have already suggested that, at a metaphysical level, the ovaries can be regarded as the manifestation of the female principle at the gonadic level, and the estrogens produced by them as the main manifestation of the same principle at the endocrine level. The other endocrine manifestation of the female principle is progesterone.

Most of the ovarian volume is due to the functional or cortical layer. It is in this layer that, in the middle of a connective stroma also endowed with some endocrine capacity, the ovarian follicles - the basic functional structures of the female gonads - are found. In these follicles, the endocrine and reproductive functions of the ovaries are histologically and functionally linked, because the granulosa and the theca cells that surround the oocytes are the most important structures responsible for the estrogenic synthesis. As in the synthesis of the sexual steroids the female hormones ( estrogens ) are produced having male hormones ( androgens ) as precursors, a functional division is established between the cellular elements that constitute the granulosa and the theca. The theca cells, stimulated by the LH, produce the androgens, which are then transferred to the granulosa cells. These ones, under the stimulation of the FSH, turn the androgens into estrogens.

When the maturation of a follicle continues normally ( what only happens to a minority of them ), the multiplication mostly of the granulosa cells makes its estrogenic production become increasingly higher. After ovulation, also as a result of the hypophyseal ovulatory peak of LH, the granulosa and the theca cells undergo accentuated morphological and functional modifications, giving rise to the corpus luteum. The former are turned into the granulosa-lutein cells, and the latter into the theca-lutein cells. In the corpus luteum, the granulosa-lutein cells produce mainly progesterone and some estrogens, while the theca-lutein cells produce mostly estrogens.

Only a few follicles complete their entire development, being able to produce high levels of estrogens, ovulate and become luteinized. The imense majority of them are condemned to involution and disappearance through the process of follicular death or atresia even before completing their first stages of growth.* The main causes for follicular death or atresia are: 1) an insufficient transformation of androgens into estrogens by the granulosa cells, causing an androgenic accumulation around the follicle; 2) a reduction in the response of the granulosa cells to the FSH.

As the formation of new follicles is impossible along women's lives, the phenomenon of follicular atresia gradually leads to the depletion of the female gonads. This depletion is completed about the age of 50, culminating with menopause. Thus, the organs that are the woman's endocrine and reproductive centres are paradoxically condemned to precocious depletion and aging. As a result of the post-menopausal estrogenic deficiency, all organs and tissues of the woman's body that depend on the estrogens undergo atrophy.

From the archetypal point of view, maybe we can say that the ovaries, by means of their hormones, reflect not only the two sides of female nature ( the aphrodisiac and the maternal ones ), but also the male component of this nature. The estrogens can be regarded as the main endocrine manifestation of women's aphrodisiac side, since they constitute the factors responsible for women's sexual maturation and for the trophicity and good shape of everything that is typically female in their bodies. Progesterone, apart from its fundamental importance in the gynecologic physiology and the female endocrine balance, in a way can be regarded as more related to women's maternal side. On the other hand, the androgens ( which, as we have seen, paradoxically and curiously are the biochemical precursors of the estrogens ) can be related to the obscure women's male component.

*Folicular atresia - a physiological process by which most of the ovarian follicles undergo regression, shrinkage, death and disappearance along several stages of their growth.

MenstruationPSYCHOSOMATIC AND SYMBOLIC ASPECTS OF MENSTRUATION

(Excerpt from "Os Órgãos Sexuais Femininos" )

Nelson Soucasaux

 

Let us go now to a brief analysis of some of the many psychosomatic, archetypal and symbolical aspects of menstruation. Considering that this organ unique to women which is the uterus is also the only one in the human body whose physiology exhibits the characteristic of periodically bleeding, menstruation has always constituted a phenomenon of the greatest importance in woman’s nature. Women experience the menstrual bleeding not only in its objective aspects ( physiological and medical ), but also in the subjective ones ( symbolical and archetypal ). To women, the occurrence of menstruations with normal characteristics within the expected periods works as a sign, though relative and of approximated value, of their physiological normality concerning the female nature; at least, it is an indication that the cyclical pattern that characterizes the woman’s physiology is preserved. At the same time, for women with active sexual life, the coming of menstruation means absence of pregnancy – at least most of the times, for, as we know, there are exceptions.

The way through which women experience the menstrual bleeding is one of the many parameters by which their pattern of relationship with the female nature can be evaluated. Considering the archetypal symbolism of blood, we can easily deduce that, for women, the constant experience of this cyclical uterine bleeding which is menstruation increases more and more their capacity of deeply experiencing the organic and visceral processes typical of the female nature – especially those related to their sexual organs and the intimacy of their pelvis.

Given the enormous emotional and archetypal importance of the genitals, bleedings originating from these organs – even physiological, as menstruation – finish by acquiring a very special symbolism. Several fantasies associating blood and sexuality may arise. In this way, through the symbolism of menstruation women can somatically express many of their psycho-sexual and emotional problems. Through the psychosomatic pathways, innumerable conflicts related to women’s nature can be directly or indirectly projected on the body originating the more varied menstrual alterations. On the other hand, through the somatopsychic pathways, menstrual disorders can give rise to psychological conflicts in relation to this aspect of female nature.

With some frequency, female attitudes regarding this cyclical uterine bleeding are somewhat ambiguous. For widely known reasons, the coming of the menses at the expected periods is considered of great importance by almost all women. There is always a considerable preoccupation regarding the menstrual bleeding – not only in relation to the regularity of its occurrence, but also to the characteristics of the flow ( volume, duration, aspect, associated signs and symptoms, etc ). Therefore, menstruation is always an event of great significance for women, being also one of the female archetypal symbols of femininity.

However, in spite of this, the menstrual bleeding in itself is frequently regarded as somewhat "uncomfortable" - even when asymptomatic and entirely normal from the medical point of view. As I always use to remark, variable degrees of resentment concerning several biological peculiarities of the female nature can be often found in many women. It is evident that, as menstruations go along with that typical pelvic discomforts that vary from a diffuse painfulness to moderate and intense cramps, negative attitudes regarding this cyclical uterine bleeding become more frequent. These negative attitudes, in turn, establish a vicious cycle that intensifies the symptomatology.

At the somatic level we must remember that, in the absence of organic pathology, dysmenorrhea ( menstrual cramps ) is usually due to strong uterine contractions caused by an increased production of prostaglandins in the premenstrual and menstrual endometrium. Greater contractile response of the myometrium to normal levels of prostaglandins during menstruation can be found in many cases, also giving rise to dysmenorrhea. Also at the somatic level, premenstrual pelvic congestion is responsible for the diffuse pelvic painfulness and discomfort that often occurs in the period that precedes the coming of menstruation.

The menstrual bleeding is always endowed with a powerful symbolic force. Because of this, as I always use to remark , women can somatically express many of their emotional problems through the symbolism of menstruation.

Nelson Drawing 2001THE ENDOMETRIUM

(Excerpt from "Os Órgãos Sexuais Femininos")

Nelson Soucasaux

The endometrium is the tissue that covers the cavity of the uterine corpus, being endowed with a highly complex and organized histological structure. It is constituted by a stroma of connective tissue containing an enormous number of tubular-shaped glands, and its blood supply is provided by an intricate vascular system. The glands are lined by a single layer of columnar epithelial cells and open on the endometrial surface, which is lined by the same kind of epithelium. Under the influence of progesterone, its stroma also acquires secretory features. Two layers can be distinguished in the endometrium, the functional and the basal.

The functional layer is the one that is entirely expelled and reconstructed at each menstrual cycle, being able to reach considerable thickness when fully developed. It is highly responsive to the proliferative effect of the estrogens and to the secretory transformation induced by progesterone. Its blood supply ( also developed by these hormones ) is constituted by an intricate system of spiral arteries, capillary networks, veins, venous lakes and arteriovenous anastomosis. Of all structures that integrate this vascular system, the spiral arteries are the most important ones.

When the blood levels of the ovarian hormones fall, the endometrial functional layer immediately exhibits signs of regression, shrinkage and atrophy. This results in the formation of toxic and vasoactive substances which, by local action, trigger the ischemic and hemorrhagic vascular phenomena that cause the necrosis and menstrual desquamation of this layer of the endometrium. Menstruation happens as a consequence of the very peculiar way through which the mentioned vascular system reacts to the endometrial regressive changes that result from the sudden fall of the ovarian hormones.

The basal layer of the endometrium possesses small thickness and is situated deeply, in direct contact with the myometrium. This layer does not desquamate during menstruation, and provides the histologic elements from which a new functional layer grows when the menstrual bleeding ceases. The basal layer does not exhibit significant modifications during the cycle, and seems to be less responsive to the hormonal stimuli. Its blood supply is provided by another vascular system, constituted by small straight arteries. In this way, the basal layer does not undergo the necrotic, ischemic and hemorrhagic alterations of the menstrual period and, because of this, is always preserved.

The menstrual phenomenon depends on two fundamental factors, one of which is endocrine and the other vascular. The endocrine one, that consists on the sudden fall in the blood levels of the ovarian hormones, is the main triggering factor. The vascular reactions are a consequence of the involutive endometrial changes caused by the hormonal sudden fall.

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